Educação para as Relações Étnico-Raciais: o que você professor precisa saber?

Por qual motivo a SEDUC não lança uma cartilha ensinando sobre luta de classes? Bom, mas foi lançado um documento

Educação para as Relações Étnico-Raciais: o que você professor precisa saber?

Por qual motivo a SEDUC não lança uma cartilha ensinando sobre luta de classes?

Bom, mas foi lançado um documento voltado à educação para as relações étnico-raciais, chamado de ERER. Concomitante, ações são empurradas aos municípios que são forçados a executá-las sem questionar. Como de costume.

A seriedade com a qual o problema é tratado vê-se pelo tamanho do documento que orienta o ERER: são trinta e uma páginas – com dois parágrafos repetidos. Neste encontramos um jargão que está na boca do acadêmico médio: letramento racial. O termo importado dos Estados Unidos, implica no entendimento de como as relações raciais moldam o mundo. Sim, não são as relações de exploração entre as classes o fundamental, mas sim as questões raciais.

Na mesma linha, o texto se posiciona contra o eurocentrismo e suas teorias científicas racistas. Como se toda teoria só por ser europeia, necessariamente seja racista. Essa é mais uma modinha da academia, levando ao absurdo de condenar qualquer teoria apenas por ter sua origem na Europa e, claro, por ter um branco e não um negro como autor.

E não estamos falando de qualquer autor/teoria, as grandes sínteses filosóficas como Aristóteles, Kant, Hegel e Marx, são negadas. Deste último então, os pretagogos correm como o “cão corre da cruz”, com o agravo de Marx ter chamado Lassalle de negro. Mas suspeito que há outros motivos por trás.

Nas orientações do ERER, cita-se Nilma Lino Gomes: “Como podemos pensar a escola brasileira, principalmente a pública, descolada das relações raciais que fazem parte da construção histórica, cultural e social desse país?” Será que em nenhum momento passou pela imaginação da ilustre autora o seguinte questionamento: como pensar a educação formal descolada da luta de classes?

Para nós, comunistas, é CLARO que o Estado não poderia conceber um outro tipo de documento como sugerido no início. O ERER é o limite, as pautas identitárias e as políticas públicas são o limite do Estado burguês e atendem somente aos seus interesses. Enquanto isso, desarticulam e desestimulam qualquer sinal de um debate crítico que toque os fundamentos não só do racismo, mas de toda opressão da classe trabalhadora.