O capitalismo deu certo! sobre isto há incontáveis provas. Mas devemos antes perguntar: deu certo para quem? Certamente quando alguém num perfil de rede social posta em defesa da ordem capitalista, alegando que este modelo é o melhor que se pode chegar, ou é por inocência, ignorância ou é um perfil de um dos poucos bilionários existentes.
O primeiro argumento, geralmente, é sobre a abundância. De fato, vivemos tempos de fartura, pelo menos do lado da produção. Não falta nada, inclusive coisas inúteis que o único valor de uso é ser valor de troca. Se tem de tudo na área da tecnologia, na área de alimentos, vestimentas, medicamentos e procedimentos de saúde etc.
Curiosamente, a FAO, seção comunista da ONU responsável por lidar com questões de ‘segurança alimentar’ no mundo, já há décadas vem produzindo relatórios alarmantes sobre a fome. Em um destes documentos, a organização registrou a morte de uma criança por fome a cada quatro segundos. Ora! mas e aquela abundância de alimentos?
Sim, ela existe. A capacidade produtiva alcançada garante facilmente a produção de alimentos para o dobro da população mundial. O problema é que esses alimentos não são produzidos para quem tem fome, mas para quem pode pagar por eles. Essa abundância é para gerar lucro, não para saciar a fome. Inclusive, alimentos são queimados para garantir um bom preço e assim maximizar os lucros. Isso, repito, enquanto uma criança morre de fome a cada 4 segundos.
Aí você poderia questionar a eticidade dessa situação. Realmente, não parece condizer com o básico da ética humanista. Mas o capitalismo, como bem diz o querido professor Ivo Tonet, é por si mesmo antiético. Para esse sistema as pessoas, o ser humano, são meras ferramentas, meios para obtenção de lucro.
Mas a comunista FAO não se cala diante dessa calamidade que ela mesma anuncia. Propõe como solução que as pessoas pobres exploradas pelo capitalismo se alimentem de insetos. Isso mesmo, essa é a saída que o próprio capitalismo oferece, é o melhor que pode fazer.
Então sim, o capitalismo funciona, para um punhado de gente rica. E até para estes está complicado, pois no ritmo que vamos não sobrará planeta para eles explorarem.
